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Portugal Litoral

Dizem que Portugal é lindo, então decidi certificar isso eu mesmo. Não que eu precisasse ver para crer, mas precisava ver para sentir.

Portugal Litoral

Dizem que Portugal é lindo, então decidi certificar isso eu mesmo. Não que eu precisasse ver para crer, mas precisava ver para sentir.

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A maioria das pessoas não percebem a razão das minhas caminhadas, “_ Você é doido!”, é o que dizem sempre. Compreendo perfeitamente o despercebimento, e da afirmação não discordo totalmente pois não acredito que eu seja doido, apenas e infelizmente meio-doido . Devo informar que ainda estou em fase de construção de um ser completamente doido, e que a cada mergulho que dou dentro de mim, volto um pouco mais. Aquando de uma dessas caminhadas eu não retornar para casa, é porque muito provavelmente atingi os 100% de maluquice ou o ponto final da minha história neste planeta (desculpem-me o eufemismo esdrúxulo, não queria ter que usá-lo, mas como a maioria das pessoas torcem o nariz para esse episódio tão intríseco à todo ser vivo da Terra, o melhor então é não falar diretamente sobre o assunto). A verdade é que, seja por qual for o motivo do meu não regresso, não tem a menor importância, pois por doidos e finados ninguém se interessa. 

 

O percurso de Vila do Bispo à Sagres fi-lo no sentido inverso, de Sagres à Vila do Bispo, escolha feita por vários motivos: a posição do sol às minhas costas, a logística dos transportes, comboios e autocarros, até o ponto de partida e para o retorno à casa, e a hospedagem em que iria passar a noite anterior à caminhada, fator crucial nesta decisão, pois se teria que passar uma noite por aquelas bandas, que fosse no hostel Pura Vida Dive House onde já havia me hospedado quando fiz o percurso anterior, portanto já conhecia a aprazível hospitalidade do local. Para além do mais, era uma experiência que há tempos queria ter, caminhar no sentido sul-norte, contrário à todos os outros 12 percursos feitos até então.

 

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Acordei às 05:03h do dia 17 de dezembro, comi o pequeno almoço, arrumei a mochila e parti às 06:17h com o dia ainda escuro, mas isso não era problema pois o trecho feito às escuras eu já conhecia e a partir do ponto em que precisava da claridade, lá estava ela, vinda do alvorecer de um sol preguiçoso de inverno. Era o último percurso do ano, com um importante marco para as minhas caminhadas, a passagem pelo Cabo de São Vicente. Os bons presságios que eu tinha para esta etapa foram confirmando-se todos. Tudo esteve perfeito, exatamente como planeado, e o caminho em si magnífico, de tirar o fôlego, com a dose certa de desafios, emocionante, com todos os ingredientes de um excelente percurso. 

 

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Quando fecho os olhos e transporto-me em pensamento aos lugares por que passei, não somente neste último percurso, mas também em todos os outros 12, emociono-me tanto ao ponto de quase verter lágrimas. Mas não vale a pena eu tentar descrever meus sentimentos, afinal tentar explicar o que permeia a cabeça de um doido ou melhor, meio-doido, é tarefa ingrata; e quanto à falar sobre os lugares, é melhor que vejam as inúmeras fotos que tirei, com a ressalva de nas fotos não ter cheiro, som, movimento e nem a dimensão que os olhos vêem, tão pouco sente-se nelas o vento frio que vem do mar ou o sol a ofuscar as vistas. Enfim, tenho pena das pessoas normais. 

 

Galeria de fotos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dados Técnicos

  • Percurso 13: Vila do Bispo - Sagres (Invertido)
  • Partida: 17/12/2018  06:17 am
  • Distância: 32 km
  • Tempo: 10h:07min
  • Passada média: 18:59 min/km
  • Elevação total: 946m